Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Alcança quem não cansa

Um Blog utilizado para a divulgação das obras de Aquilino Ribeiro. «Move-me apenas o culto da verdade, pouco me importando que seja vermelha ou branca.» [Aquilino Ribeiro]

Um Blog utilizado para a divulgação das obras de Aquilino Ribeiro. «Move-me apenas o culto da verdade, pouco me importando que seja vermelha ou branca.» [Aquilino Ribeiro]

Alcança quem não cansa

31
Dez24

«CAMÕES E O FRADE NA ILHA DOS AMORES» por Aquilino Ribeiro. "Cadernos Históricos". 1946. "OS LUSÍADAS": Canto IX. [ 1 ]

Cadernos Históricos (Vária). Direcção de Rocha Martins e Lopes de Oliveira. Edições Excelsior

Manuel Pinto

1-Camoes na ilha dos amores-CAPA.jpg

5 -inicio.jpg

6.jpg

7.jpg

Assi lho aconselhara a mestra experta: 
Que andassem pelos campos espalhadas;
Que, vista dos barões a presa incerta,
Se fizessem primeiro desejadas.
Algũas, que na forma descoberta
Do belo corpo estavam confiadas,
Posta a artificiosa formosura,
Nuas lavar se deixam na água pura.
Os Lusíadas, IX.65.2-4.

Dá Veloso, espantado, um grande grito: 

 – «Senhores, caça estranha (disse) é esta!
Se inda dura o Gentio antigo rito,
A Deusas é sagrada esta floresta.
Mais descobrimos do que humano esprito
Desejou nunca, e bem se manifesta
Que são grandes as cousas e excelentes
Que o mundo encobre aos homens imprudentes.
Os Lusíadas,
IX.69.2-4.

«Sigamos estas Deusas e vejamos 
Se fantásticas são, se verdadeiras.»
Isto dito, veloces mais que gamos,
Se lançam a correr pelas ribeiras.
Fugindo as Ninfas vão por entre os ramos,
Mas, mais industriosas que ligeiras,
Pouco e pouco, sorrindo e gritos dando,
Se deixam ir dos galgos alcançando.
Os Lusíadas,
IX.70.5-8.

ilha DOS AMORES. Nova.jpgFonte desta Imagem:
 «DICIONÁRIO de LUÍS de CAMões»,
Coordenação de Vítor Aguiar e Silva, 1ª edição (Setembro de 2011).

Editorial Caminho.

(continua)
30
Dez24

« OS LUSÍADAS ». Poema Épico: Dez CANTOS {(1.102 estâncias) ; (8.816 versos)}

Manuel Pinto

 

CANTOSEstânciasVersos
106848
II113904
III1431.144
IV104832
V100800
VI99792
VII87696
VIII99792
IX95760
X1561.248
 1.1028.816
 

Captura de ecrã excel ESTANCIAS.png

versos imag exc word.jpg



os lusíadas edic. 1572.jpg
 
VI por mandado da santa & geral inquisição estes dez cantos dos Lusiadas de Luis de Camões, dos valerosos feitos em armas que os Portugueses fizerão em Asia & Europa, & não achey nelles cousa algũa escandalosa, nem contraria â fe & bõs custumes, somente me pareceo que era necessário advertir os Lectores que o Autor pera encarecer a difficuldade da navegação & entrada dos Portugueses na India, usa de hũa fição dos Deoses dos Gentios. E ainda que sancto Augustinho nas suas Retractações se retracte de ter chamado nos livros que compos de Ordine, as Musas Deosas. Toda via como isto he Poesia & fingimento, & o Autor como poeta, não pretenda mais que ornar o estilo Poetico não tivemos por inconveniente yr esta fabula dos Deoses na obra, conhecendo a por tal. & ficando sempre salva a verdade de nossa sancta fe, que todos os Deoses dos Gẽtios sam Demonios. E por isso me pareceo o livro digno de se imprimir, & o Autor mostra nelle muito engenho & muita erudição nas sciencias humanas. Em fe do qual assiney aqui.
Frey Bertholameu Ferreira 
 

1ª edição canto I.jpg

1584.jpg

1613.jpg

Fonte das Imagens:
 «DICIONÁRIO de LUÍS de CAMões»,
Coordenação de Vítor Aguiar e Silva, 1ª edição (Setembro de 2011). Editorial Caminho.
 

 

27
Dez24

« OS LUSÍADAS », CANTO VIII {( 99 estâncias) ; ( 792 versos)} . «À pintura que fala querem mal.» [ 'Os Lusíadas', VIII.41.8 ]

LUÍS DE CAMÕES [ 1524 (?) -- 1580 ]

Manuel Pinto

«POESIA E PINTURA NA POESIA DE CAMÕES. A relação entre a poesia e a pintura, a eventual dependência de uma em relação à outra ou, se se preferir, a supremacia de uma sobre a outra, as respectivas semelhanças e diferenças, a maior ou menor expressividade de cada uma delas, eis alguns dos termos de um debate que vem de longe e que não parece ter fim à vista.

O poeta grego Simónides (séculos VI-V a. C.) terá sido o primeiro a definir a pintura como «poesia muda» e a poesia como «pintura que fala», expressão que Luís de Camões veio a acolher: «Feitos dos homens que, em retrato breve, / A muda poesia ali descreve» (Os Lusíadas, VII.76.7-8); «E, como a seu contrairo natural, / À pintura que fala querem mal» (Os Lusíadas, VIII.41.7-8).

Sobre o assunto dissertou, também Aristóteles, na sua Poética; mas foi Horácio, já no século I a. C. (quatro séculos depois de Aristóteles), na sua Arte Poética, quem ditou as bases, se assim pode dizer-se, de uma polémica que haveria, ao longo dos séculos, de encher páginas de tratados sobre Poética ou sobre Pintura. É dele a afirmação que haveria de tornar-se, ao mesmo tempo, emblemática e ponto de referência de todas as controvérsias a este respeito: ut pictura poesis («como a pintura, assim é a poesia»).»

Carlos Ascenso André
in «DICIONÁRIO de LUÍS de CAMões»,
Coordenação de Vítor Aguiar e Silva, 1ª edição (Setembro de 2011).
Editorial Caminho.

 

 

https://www.rtp.pt/play/palco/p14060/e818510/os-lusiadas

 Os Lusíadas 

 

Canto VIII - Cirila Bossuet 

26 dez. 2024

Play - Os Lusíadas

41m

Artes e Cultura

Todos

Canto VIII - Cirila Bossuet

Narração
Relações comerciais com Catual
Painel da história de Portugal
Sonhos de Baco
Conflitos

...

 

 CANTO  VIII 

 1. 

NA primeira figura se detinha

O Catual que vira estar pintada,

Que por divisa um ramo na mão tinha,

A barba branca, longa e penteada.

Quem era e por que causa lhe convinha

A divisa que tem na mão tomada?

Paulo responde, cuja voz discreta

O Mauritano sábio lhe interpreta:

 

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 

 

viii.39 rtp.jpg

OS LUSÍADAS  ( VIII.39 )

 

 

 41. 

«Outros também há grandes e abastados,
Sem nenhum tronco ilustre donde venham:
Culpa de Reis, que às vezes a privados
Dão mais que a mil que esforço e saber tenham.
Estes os seus não querem ver pintados,
Crendo que cores vãs lhe não convenham,
E, como a seu contrairo natural,
À  pintura que fala  querem mal.

 

 42. 

«Não nego que há, contudo, descendentes
Do generoso tronco e casa rica,
Que, com costumes altos e excelentes,
Sustentam a nobreza que lhe fica;
E se a luz dos antigos seus parentes
Neles mais o valor não clarifica,
Não falta, ao menos, nem se faz escura;
Mas destes acha poucos a pintura.»

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 

 

 

 99. 

Este interpreta mais que sutilmente

Os textos; este faz e desfaz leis;

Este causa os perjúrios entre a gente

E mil vezes tiranos torna os Reis.

Até os que só a Deus omnipotente

Se dedicam, mil vezes ouvireis

Que corrompe este encantador, e ilude;

Mas não sem cor, contudo, de virtude!

 

 

24
Dez24

«O POETA NO MIRADOURO DO MUNDO». 2008. Carlos Ascenso André. [ 12 ]

Ensaios. 2008. Leituras Camonianas. Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos.

Manuel Pinto


CAPA O POETA NO MIRADOURO.jpg

224 N.jpg

«Os Lusíadas são um poema escrito nessa época de encruzilhada: narradores de uma civilização medieval de vida intensa, cantam um feito que abriu as portas à nova civilização, concluem-se num período de viragem histórica...»

os lusíadas edic. 1572.jpg

«Camões, poeta, mas também pintor, artista ao serviço da comunicação verbal, sem esquecer as enormes potencialidades da comunicação plástica, deixou-nos esta prova dessa espécie de elo misterioso que une as diversas artes numa atmosfera de quase magia.»

retrato camoes fernao gomes.jpg

Fonte das duas úlimas imagens:
 «DICIONÁRIO de LUÍS de CAMões»,

Coordenação de Vítor Aguiar e Silva, 1ª edição (Setembro de 2011). Editorial Caminho.

 

23
Dez24

«O POETA NO MIRADOURO DO MUNDO». 2008. Carlos Ascenso André. «O POETA DO OLHAR: A Dimensão Visual da Épica Camoniana» [ 11 ]

Ensaios. 2008. Leituras Camonianas. Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos.

Manuel Pinto

A dimensao visuaa.jpg

177 N.jpg

11.1 mapa mundo.jpg

11.2 maqq mundo ilha amore almada negreiros.jpg

11.3 consilio deuses olimpo.jpg

11.4 venus e cupido.jpg

N O adamastor.jpgFonte das imagens:
 «DICIONÁRIO de LUÍS de CAMões»,

Coordenação de Vítor Aguiar e Silva, 1ª edição (Setembro de 2011). Editorial Caminho.

178 n Reduzida.jpg

 «Luís de Camões, pintor pela palavra, moldando a poesia muda nas formas da pintura que fala, Luís de Camões, poeta-pintor, é bem um artista do seu tempo -- um artista para todos os tempos

 

* * * * * * * * * *                                 

Pág. 1/5

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub